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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Professor pedala de Norte a Sul para denunciar condições de trabalho da classe

Professor há 21 anos, António Morais está a pedalar há duas semanas pelo país, para alertar para as condições de trabalho da classe, numa viagem que começou em Melgaço e deverá terminar em Vila Real de Santo António.
"O meu combustível é a raiva e indignação que sinto pelo que está a acontecer na Educação", disse hoje o docente aos jornalistas, em Coimbra, antes de iniciar mais uma etapa, desta vez rumo a Leiria.
A "hostilização que a equipa do Ministério da Educação tem feito aos professores" é o motivo que levou o dirigente sindical e docente em Aveiro a arrancar para uma pedalada de Norte a Sul do país, denominada "No Trilho da Esperança".
"Massacrando os professores, como tem sido feito, é dar um tiro no pé, não se melhora o Ensino, cria-se é uma maior indisciplina nas escolas", afirmou.
António Morais, que conta terminar a viagem a 22 de Agosto, tem consciência de que a iniciativa "provavelmente não irá surtir efeito" junto do Ministério da Educação, mas servirá para "manifestar radical desacordo" com as políticas seguidas para o sector.
"Queremos fazer ver a opinião pública que hoje não é um privilégio ser professor. Se antes saltitava (de escola) no início de carreira, hoje saltita, provavelmente, toda a vida", disse.
Presente em Coimbra, à partida de António Morais para Leiria, o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, sublinhou que a iniciativa pretende fazer pressão sobre o Governo para a situação da carreira docente.
O ano lectivo que passou foi "extremamente difícil para os professores, com muitas iniciativas legislativas que atentaram contra a sua carreira", sustentou.
"No dia 12 de Setembro veremos um conjunto de ministros com cheques de 500 euros no bolso para entregar aos melhores alunos de escola", criticou, referindo que a medida "é mais fácil do que garantir igualdade de oportunidades a todos os alunos".
Ligar o Norte ao Sul do país de bicicleta está a ser "menos duro" do que António Morais inicialmente previa, embora aos 25 quilómetros se ressinta do selim.
"A minha bicicleta tem-se aguentado, está a ser bom para mim e para as pessoas com quem estou a contactar, que me têm apoiado", disse, sublinhando que tem recebido "inúmeras mensagens de apoio" desde que iniciou a viagem.
Ao longo do percurso, António Morais tem-se deparado com "estradas nacionais muito complicadas, do tempo de Salazar" e com dificuldades nas saídas das grandes cidades.
O docente realiza, por dia, etapas não superiores a cinco horas e descansa aos fins-de-semana, bem como no próximo feriado, sexta-feira.
Ao longo dos 21 anos de carreira, António Morais já leccionou em nove escolas de Norte a Sul do país e numa da Madeira.
Nas escolas por onde passa nesta sua iniciativa de bicicleta, o docente afixa uma "mensagem de esperança" na sala dos professores.
Na Escola EB 2/3 Silva Gaio, em Coimbra, deixou "Um abraço solidário para todas as pessoas que trabalham" na instituição.

5 comentários:

Maísa disse...

Que dizer?
Estou completamente arrepiada com a noticia e é nestas circunstâncias que ainda consigo ter algum orgulho em pertencer à classe docente deste país.
Um grande bem haja ao colega.
Beijinho em ti.

Mariazita disse...

A minha colaboração no SEMPRE JOVENS é às Terças-Feiras.
No meu blog, A CASA DA MARIQUINHAS, faço postagens Aos Domingos e Quintas Feiras.
Como no próximo dia 15 vou ausentar-me, para férias, gostaria de contar com a tua presença e comentário nestes dois últimos posts, o que antecipadamente agradeço.
Felicidades. Até Setembro.
Beijinhos
Mariazita
PS – Guarda esta informação, que é preciosa -:)))

Camilla disse...

Nossa, que coragem!!
Maravilhoso o exemplo...

Beijos

1/4 de Fada disse...

Colega corajoso que escolheu uma maneira diferente de passar as férias!

f@ disse...

É assim que se pedala... qual volta a Portugal qual quê...
Se todos se calam e ficam na sombra ... as coisas pioram ainda mais...
mas eu não percebo nada... ando nas nuvens...
bj das nuvens